sexta-feira, 29 de julho de 2011

Poluentes “Doze Sujos” atacam novamente

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Crédito: AbleStock.com/Thinkstock
Sexta, 29 de julho de 2011
Uma prisão gelada no Ártico manteve presas 12 ameaças tóxicas que a sociedade baniu décadas atrás. Mas o gelo está derretendo. Agora, Aldrin, Endrin, Mirex e nove outras substâncias logo serão liberadas, e as consequências podem ser mortais.
Não, não é um filme de Michael Bay.
É um alerta dos cientistas que estudam os Doze Sujos, um grupo de poluentes orgânicos persistentes (POPs). A chuva, a neve e outros fenômenos depositaram os produtos químicos no gelo do Ártico décadas atrás, mas com o derretimento do gelo polar, eles podem retornar ao meio ambiente, afirmam pesquisadores da Environment Canada, agência federal canadense, em um estudo publicado no periódico Nature Climate Change.
"Uma grande variedade de POPs foram realocados na atmosfera do Ártico nas ultimas duas décadas em decorrência da mudança climática”, afirmou o estudo, segundo artigo da AFP.
O aquecimento ártico "poderia minar os esforços globais para reduzir a exposição humana e ambiental a estes produtos químicos tóxicos”, alerta o estudo liderado por Jianmin Ma, do Environment Canada.
Os poluentes foram banidos em 2001 pela Convenção de Estocolmo devido aos altos riscos que apresentam à saúde de seres humanos e animais, e por não se decompor rapidamente no ambiente.
Embora os pesquisadores tenham encontrado uma tendência gradual de redução desde que os poluentes foram banidos, uma simulação de computador mostrou que o derretimento do gelo poderia ocasionar um pequeno aumento das concentrações.
Segundo o site US POP Watch, os Doze Sujos são:
*Aldrin- Pesticida amplamente utilizado nas culturas de milho e algodão até 1970. A Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA, na sigla em inglês) permitiu seu uso para o combate a cupins até o fabricante cancelar seu registro em 1987. Bastante similar ao Dieldrin.
*Clordano - Pesticida usado em cultivos agrícolas, gramados e jardins, e em fumigações para controle de cupins. Todos os usos foram banidos pelos Estados Unidos em 1988, mas ainda é produzido para exportação.
*DDT - Pesticida ainda em uso para controle de malária nos trópicos. Todos os usos foram banidos nos Estados Unidos em 1972, exceto em casos de emergência.
*Dieldrin - Pesticida amplamente usado nas culturas de milho e algodão até 1970. O governo americano permitiu seu uso para o combate a cupins até o fabricante cancelar seu registro em 1987. Subproduto da decomposição do Aldrin.
*Endrin – Usado como pesticida para controlar insetos, roedores e aves. Não é produzido ou vendido para uso geral nos Estados Unidos desde 1986.
*Heptacloro – Inseticida de uso doméstico e agrícola até 1988. Também um componente e produto da decomposição do clordano.
*Hexaclorobenzeno (HCH) - Pesticida e fungicida usado em sementes, também é um subproduto industrial. Não é usado amplamente nos Estados Unidos desde 1965.
*Mirex – Inseticida e retardante de chamas, não é usado ou fabricado nos Estados Unidos desde 1978.
*Toxafeno – Inseticida usado principalmente em plantações de algodão. A maioria de seus usos foi banida os EUA em 1982, e as demais, em 1990.
*PCBs – Bifenis policlorados, amplamente usados em equipamentos elétricos, entre outros usos. Sua fabricação foi banida dos Estados Unidos em 1977.
*Dioxinas policloradas e furanos policlorados- Dois notórios tipos de poluentes “não-intencionais”, são subprodutos de incineração e de processos industriais. Regulado nos Estados Unidos sob estatutos ligados ao ar, água, qualidade dos alimentos, segurança ocupacional, descarte de resíduos, entre outros.
Uma pequena quantidade pode percorrer uma grande distância, já que os POPs não se decompõem. Em vez disso, eles se acumulam nos animais à medida que avançam na cadeia alimentar.
A Agência Americana de Registro de Doenças e Substâncias Tóxicas lista os efeitos de cada produto químico em seu banco de dados. Aldrin e Dieldrin, por exemplo, podem causar convulsões, danos renais, dores de cabeça, vômitos e até mesmo a morte.
Os pesquisadores da Environment Canada elaboraram seu alerta com base em observações da atmosfera e simulações de computador sobre os efeitos da mudança climática sobre o gelo do Ártico.
Os pesquisadores observaram as quantidades de três POPs, DDT, HCH e clordano, na atmosfera. Eles monitoraram os produtos químicos de 1993 a 2009 em uma estação das Ilhas Svalbard, na Noruega, e em outra ilha no Ártico Canadense.
"A remobilização dos poluentes produzidos pelos nossos avós são testemunhas indesejadas do nosso passado ambiental, e agora parecem estar ‘saindo do frio’”, conclui Dachs.

domingo, 3 de julho de 2011

Novo Mars Rover da NASA prepara-se para lançamento

Jato
Imagem: Entrega especial - um jato de transporte C17 da Força Aérea entrega o novo rover marciano no Centro Espacial Kennedy. Crédito: TroyCryder/NASA. 
Terça, 28 de junho de 2011
O Mars Science Laboratory, o mais ambicioso projeto da NASA para a prospecção de vida fora da Terra, chegou ao Centro Espacial Kennedy na quarta-feira passada para os preparativos de lançamento.
A sonda, movida a energia nuclear e do tamanho de um carro pequeno, foi projetada para passar um ano marciano (cerca de dois anos terrestres) estudando a região de pouso para determinar se as condições do planeta são, ou já foram, favoráveis à vida.
A NASA espera escolher o ponto de aterrissagem neste verão e está analisando quatro possíveis locais. Os cientistas esperam surpresas onde quer que o rover, apelidado de Curiosity, pouse. Afinal, Marte seria um mundo frio, seco e estéril, mas nem sempre foi assim. O planeta pode ter abrigado – e ainda abrigar – vida microbiana.
O rover Curiosity é o mais recente projeto de exploração marciana da NASA, iniciada em meados da década de 1970 com as sondas Viking. A agência espacial norte-americana reiniciou as aterrissagens na superfície do planeta em 1997, com um programa chamado Pathfinder. Desde então, a NASA lançou os rovers gêmeos Spirit e Opportunity, além da missão de exploração polar Phoenix. Atualmente, apenas o Opportunity continua em funcionamento.
O Curiosity executará mais testes, por isso, será equipado com sistema de aterrissagem, motor de cruzeiro e um aeroescudo protetor. O lançamento será a bordo do foguete Atlas 5, perto da Base da Força Aérea de Cabo Canaveral, no dia 25 de novembro, e deve chegar a Marte em agosto de 2012.

Cassini sobrevoa Helena, a pequena lua de Saturno

Sexta, 24 de junho de 2011
Esta semana, a sonda Cassini da NASA voou a 6.968 quilômetros de distância uma das luas de Saturno, Helena. Medindo apenas 36 × 32 × 30 km, esta minúscula lua só foi descoberta em 1980, quando os astrônomos perceberam que compartilhava sua órbita com uma lua maior do planeta, Dione. Helena acompanha Dione, localizada no ponto Lagangriano Saturno-Dione (L4). Por essa razão, Helena é conhecida por “lua troiana”*, uma das quatro descobertas até agora no sistema saturnino.
Como Helena é tão pequena, parece não ter um campo gravitacional intenso o bastante para moldá-la na forma de uma esfera lisa, um estado conhecido como equilíbrio hidrostático. Por isso, é uma lua cheia de protuberâncias, além de apresentar crateras de impacto e estruturas parecidas com canais. Curiosamente, Helena também tem “duas faces”: um lado é liso e parece coberto por poeira, enquanto o outro é escarpado e pontuado por crateras.
Apesar de este ter sido um sobrevoo próximo, em março de 2010 a Cassini passou a apenas 1.820 quilômetros de Helena. Mas nessa ocasião, a sonda captou a imagem do lado escuro de Helena a partir do lado iluminado, registrando um lindo crescente no processo.
*Esta é a origem do nome de Helena, uma homenagem a Helena de Troia, a bisneta de Cronos (Saturno) na mitologia grega.