terça-feira, 6 de março de 2012

Asas de borboleta inspiram sensores de temperatura

Asas de borboleta inspiram sensores de temperatura
Foto: Getty Images

Por Jesse Emspak, InnovationNewsDaily

Para construir um sensor infravermelho mais avançado, uma equipe de cientistas se inspirou nas asas das borboletas.
Liderada por Radislav Potyrailo, pesquisador da General Electric, uma equipe de cientistas revestiu a asa de uma borboleta com nanotubos de carbono, criando um sensor infravermelho mais sensível e com resolução maior que os modelos atuais. Por que ele funciona tão bem? A resposta é uma combinação entre nanotubos de carbono e a iridescência da asa.
"A vantagem dos nanotubos é que são negros em luz visível e não afetam a iridescência", explica Potyrailo, que criou o sensor com colegas daUniversidade Estadual de Nova York, em Albany.
A asa de uma borboleta tem aparência iridescente porque é recoberta por minúsculas estruturas em forma de árvore de natal. Os pequenos “galhos” chamam-se lamelas, e quando a luz incide sobre estas estruturas, elas a refletem. Entretanto, as lamelas têm quase o mesmo comprimento de onda da luz, cerca de 100 a 200 nanômetros, e por isso, dispersam parte da luz enquanto a refletem.
Além disso, estão dispostas em camadas. Parte da luz que é dispersa e refletida pelas lamelas atravessa novas camadas, e portanto, sofre mais refração. À medida que estas ondas de luz atingem a retina, elas interferem umas nas outras. Algumas dessas interferências são destrutivas e cancelam as outras, enquanto outras são construtivas e se tornam mais intensas. A combinação destes efeitos cria a iridescência.
Potyrailo e sua equipe também fizeram outra descoberta: a iridescência é alterada pela luz infravermelha, e quando o calor (que é radiação infravermelha) alcança a asa, podemos visualizar o fenômeno (ou ao menos seu efeito sobre as cores que percebemos).
Os sensores infravermelhos atuais precisam de peças eletrônicas complexos para tornar a radiação vermelha visível em um visor. A descoberta simplificaria muito sua montagem.
No entanto, as asas das borboletas são projetadas para refletir a luz visível, não para absorver a luz infravermelha. É aí que entram os nanotubos de carbono. Suspendendo milhões deles em uma solução de tolueno, a equipe “pintou” as asas com eles e as expôs à luz infravermelha. O resultado: uma ótima absorção de luz infravermelha e alterações mais eficientes na iridescência.
"Os nanotubos absorvem a luz infravermelha de forma muito eficaz, sobretudo se tiverem uma única camada,” explica Portyrailo. "Também redistribuem a energia absorvida pela superfície de contato”.
No futuro, será possível fabricar nanostruturas capazes de absorver a luz infravermelha em um espectro significativamente mais amplo que os dispositivos atuais.
Os nanotubos de carbono também tornaram o sensor de asa de borboleta mais sensível às mudanças de temperatura. Os sistemas atuais conseguem detectar mudanças de temperatura de 0,06 a 0,3 graus Fahrenheit, enquanto o novo sensor captou alterações de 0,03 a 0,12 graus Fahrenheit. Também fez isso mais rápido – até 40 vezes por segundo – e respondeu às alterações no sinal infravermelho em apenas 0,025 segundos
Cada "pixel" também é muito menor do que os da maioria dos sensores digitais, que costumam variar entre 17 e 30 micrômetros –pequenos, mas não tanto quanto as lamelas, que têm apenas 150 nanômetros de comprimento em média, com espaço de 770 nanômetros entre si. Isso os torna 22 vezes menores que os melhores sensores disponíveis no mercado. Com a resolução maior e o aumento do número de "cores" (na verdade, comprimentos de onda infravermelhos), é possível construir sensores de tamanhos pré-determinados.
No entanto, Potyrailo não pretende criar borboletas para construir os dispositivos. "Temos materiais artificiais que são melhores”, afirma. E há muito trabalho a ser feito antes de lançá-lo no mercado.
"Estamos bem longe de um produto comercial”, reconhece. “É apenas um pequeno passo, mas estamos felizes por ter nos dado a inspiração".

Sua privacidade no Google: não entre em pânico, pense

Sua privacidade no Google não entre em pânico, pense
Esta semana foi pródiga em notícias alarmantes sobre a nossa privacidade no mundo on-line. As mensagens do Gmail, os vídeo que vemos no YouTube, as coordenadas do Google Maps fornecidas por celulares com Android e diversas outras atividades on-line alimentarão um algoritmo gigante que formatará os resultados de busca que vemos no Google – como se uma única empresa assumisse o controle de todos esses produtos!
Acontece que uma empresa já é dona de todos esses produtos. Talvez você esperasse reações do tipo “já não fizeram isso antes”? ao anúncio do Google na terça, comunicando que a partir de 1º de março a empresa passaria a aglutinar todos os dados captados em aplicativos distintos para refinar a busca e outros serviços aos usuários.
Para o Google, a nova política de privacidade entrelaçará os fios separados de suas atividades on-line para saber mais sobre você – uma simplificação das mais de 60 políticas de privacidade, sob a alegação de facilitar a vida do usuário com o envio de informações mais relevantes. Uma página de perguntas frequentes sugere que a empresa "dirá se você está atrasado para uma reunião com base em sua localização, calendário e condições locais de tráfego”.
No entanto, a empresa de Mountain View, Califórnia, está sendo duramente criticada, apesar de armazenar tais dados há muito tempo e ter anunciado uma fusão de políticas semelhante seis anos atrás. E o que as divisões de publicidade do Google (ou as empresas que comercializamespaços através delas) sabem sobre a mudança? "Nada a acrescentar”, escreveu o porta-voz do Google, Eitan Bencuya. "Essas políticas não mudaram”.
(Aviso: Falei em alguns eventos do Google, e fui pago para participar de um deles.)
No entanto, três coisas me incomodaram nesta revisão.
1.           A recusa insensata do Google em oferecer uma opção
Não é que o Google não tenha capacidade de processamento para isso; hoje, você pode apenas alterar algumas configurações nada óbvias para limitar o rastreamento, além de simplesmente sair de sua conta ou fechá-la totalmente. Mas isso não é viável para grande parte das “centenas de milhões” de usuários (Bencuya não especifica qunantos) do Google, sobretudo os de celulares com o Android.
Eu ficaria surpreso se Google voltasse atrás, sobretudo porque a maioria dos usuários ignora outras opções de isenção. Menos de uma em 10 pessoas (contra uma em sete, em 2010) vetou o rastreamento de anúncios “baseado em interesses” do Google.
2.           A vastidão da abragência dos serviços do Google
A empresa merece crédito por sua honrosa recusa em vender dados dos usuários, mas à medida que expande suas operações em novos mercados, ela pode compartilhar suas informações com um número cada vez maior de subsidiárias.
Mas para isso há solução. "Google" não é sinônimo de "internet", e você pode usar outros serviços. Por exemplo, escrevo meu blog noWordPress.com, não no Blogger do Google, em parte porque prefiro diversificar as plataformas.
Ademais, os concorrentes do Google bem que poderiam oferecer alternativas melhores – ou seja, fazer a lição de casa. Os aplicativos da minha conta de e-mail no Google Apps suportam acesso sincronizado offline e um domínio personalizado de graça, mas não posso pagar pelo mesmo “combo” no Yahoo ou na Microsoft.
3.           O risco de um perfil tão detalhado nas mãos de uma única empresa
E se um funcionário mau caráter do Google espionar usuários? E se os federais se interessarem demais pelo seus dados?
(Quando a Suprema Corte, por unanimidade, decidiu que instalar um rastreador de GPS em um carro sem um mandado violava a Quarta Emenda da Constituição americana, a juíza Sonia Sotomayor teceu um comentário astuto: será que já não é hora de erguermos uma barreira contra a inspeção de todos os dados que os cidadãos fornecem de bom grado às empresas?
Ainda assim, nada que o Google ou o governo façam mudará um fato incômodo da internet: qualquer atividade on-line exige certo grau de confiança em estranhos que deveriam proteger seus dados enquanto passam pelos servidores da empresa. Você não precisa confiar no Google, mas precisa confiar em alguém.
Crédito: Rob Pegoraro/Discovery

Muitas mulheres não percebem quando ganham peso

Muitas mulheres não percebem quando ganham peso
Crédito da foto: Getty Images
Não é novidade que os quilinhos a mais aparecem lentamente – não é uma lauta refeição ou duas que fazem você ganhar peso, mas a dieta diária e o estilo de vida.
Por outro lado, muita gente acredita que os americanos (sobretudo as mulheres) são tão obcecados pelo peso que vigiam cada caloria que consomem e cada grama em excesso – como a personagem Bridget Jones dos filmes e livros.
No entanto, um novo estudo sugere que isso não se aplica a muitas mulheres.
Publicado na edição de março do Journal of Women's Health, o estudo conduzido por pesquisadores da Universidade do Texas descobriu que um número significativo de mulheres, avaliadas a cada seis meses, não reconheciam ganhos recentes de peso.
Os pesquisadores analisaram as respostas de 466 mulheres de várias etnias ao longo de 36 meses, e observaram que quase um terço não percebia ter engordado cerca de dois quilos ao longo de mais de seis meses. Já um quarto das mulheres não notou um ganho de peso de quase 4 quilos durante o mesmo período.
O estudo, que se acredita ser o primeiro a explorar a precisão da auto-percepção sobre o ganho recente de peso, revelou que as mulheres afro-americanas e que usavam o contraceptivo Depo-Provera eram mais propensas a notar o ganho de peso que as hispânicas ou brancas.
Os resultados se alinham com estudos anteriores. Em 2010, por exemplo, um estudo concluiu que 4 entre 10 mulheres com excesso de peso acreditavam ser mais magras do que de fato são. Foram entrevistadas 2.224 mulheres entre 18 e 25 anos, de diversas etnias.
Utilizando o Índice de Massa Corporal (IMC) e a auto-percepção do peso das entrevistadas, os pesquisadores concluíram que 36,8% das mulheres acima do peso (e 10,5% das obesas) acreditavam estar abaixo do peso normal.
Embora se acredite que a maioria das mulheres se ache gorda demais, apenas 16% das entrevistadas com peso normal se achavam acima do peso. A grande maioria (84%) se percebeu corretamente com peso normal ou abaixo do peso.
Estes resultados preocupam os pesquisadores, porque pessoas que não se dão conta do excesso de peso não se esforçam para perder os quilos a mais.  As conclusões também geram implicações para a epidemia de obesidade generalizada nos Estados Unidos, já que os médicos não levam em conta que suas pacientes acima do peso ou obesas talvez não percebam quando ganham quilos a mais (ou mesmo têm noção do próprio peso).

Hospital tuita cirurgia cardíaca ao vivo

Hospital tuita cirurgia cardíaca ao vivo
Crédito da foto: Getty Images
Há muitas luas, em um momento de extravagância, decidi tuitar ao vivo a enésima vez em que assisti ao filme "La Bamba". Quando Ritchie (Lou Diamond Phillips) está prestes a cantar sua dilacerante versão rock-n-roll da canção folk de Son Jarocho no Brooklyn, fico todo arrepiado, e quando entra o riff de guitarra, mais ainda. E nem me falem do tema que encerra o filme, de Santo & Johnny, se não quiserem ver um homem chorar.
Tuitar um dos filmes que você mais ama infância pode parecer ousado, mas sempre haverá alguém capaz de te superar – como a equipe médica do Centro Médico Memorial Herman, que tuitou ao vivo uma cirurgia cardíaca de ponte de safena e me ofuscou totalmente.
Enquanto o coração pulsante de um paciente anônimo de 57 anos estava exposto na mesa de operação, a conta do hospital no Twitter,@houstonhospital, disparava tuítes como este:
“O paciente está em decúbito dorsal, com os braços dispostos/posicionados ao lado, com um travesseiro sob as pernas para expor as veias safenas, e um cilindro colocado sob o tórax. #mhopenheart- Memorial Hermann (@houstonhospital) em 21 de fevereiro de 2012”.
A hashtag #mhopenheart convidava os tuiteiros a enviar perguntas ao cardiologista presente durante o procedimento matinal. Também foram tuitadas as atualizações cirúrgicas, fotos via Twitpic e um vídeo para os seguidores que se animaram a observar as entranhas do paciente.
Quem pilotava o bisturi era o cirurgião torácico e cardiovascular Michael P. Macris, que concluiu o procedimento em cerca de duas horas.
Não foi uma performance ruim, se levarmos em conta os 5.728 seguidores do hospital e as outras pessoas que devem ter assistido pela galeria da sala de operações. Desta posição vantajosa, pelo menos ninguém precisa ter medo de derrubar pastilhas de menta na cavidade torácica aberta.
Fonte: Yahoo News