sábado, 24 de março de 2012

Coca-Cola altera composição do corante caramelo

Coca-Cola altera composição do corante caramelo
Crédito da foto: Corbis
Quando Ira Glass anunciou no programa This American Life, da National Public Radio, que havia descoberto a receita original da Coca-Cola, um dos ingredientes listados era o caramelo.
Como a receita foi modificada ao longo dos anos, hoje a cor de caramelo do refrigerante é obtida a partir de uma mistura de substâncias que contém 4-metilimidazol. Também conhecida como 4-MI ou 4-MEI, a substância está presente em outros refrigerantes, como a Pespi. Na época, o Centro de Ciência de Interesse Público (CSPI, na sigla em inglês) anunciou que a substância é um cancerígeno comprovado e não deveria integrar a cadeia de alimentos.
Agora, o CSPI apresentou um pedido formal de veto à FDA (Food and Drug Administration, órgão governamental que controla alimentos e remédios). A substância já figura na lista de carcinogênicos banidos da Califórnia, e a Coca-Cola se comprometeu a alterar a fórmula para evitar que advertências sobre substâncias cancerígenas estampem as latas do refrigerante no estado.
"A empresa decidiu solicitar aos fornecedores de caramelo que fizessem as alterações necessárias para atender às exigências do estado da Califórnia”, declarou Diana Garza Ciarlante, porta-voz da Coca-Cola, à National Public Radio, acrescentando que o corante utilizado sempre foi seguro.
"O fato é que os dados científicos sobre a presença do 4-MEI não justificam as alegações equivocadas nas quais o CSPI tenta fazer o público acreditar”, enfatizou Ciarlante.
A FDA afirma que o consumo seria preocupante se as pessoas bebessem mil latas de refrigerante por dia, mas o CSPI discorda.
"Corantes carcinogênicos não têm lugar em nossos alimentos, sobretudo se levarmos em conta que sua única função é cosmética”, argumenta Michael Jacobson, diretor-executivo do CSPI, em um comunicado à imprensa.
O grupo também alega que o rótulo é enganoso.
"A maioria das pessoas pode interpretar o termo ‘corante caramelo’ como ‘colorido com caramelo’, mas este ingrediente específico tem pouco a ver com o caramelo comum ou o doce de caramelo”, explica Jacobson. “É uma mistura concentrada marrom-escura de substâncias químicas que simplesmente não existem na natureza. O caramelo comum não é saudável, mas pelo menos não é tingido com substâncias carcinogênicas”.
Os fornecedores afirmam que modificaram a cor durante o processo de fabricação para reduzir os níveis de 4-MI, alterando temperatura, pressão e ingredientes.
Os consumidores vão perceber a diferença? De jeito nenhum, garante a Coca.

Dispostivo transforma leigos em cirurgiões em um instante

Dispositivo

Foto: ESA

Por Nic Halverson 

Digamos que você seja um arqueólogo que escava artefatos maias nas selvas remotas de Chiapas, quando o apêndice de um de seus colegas supura. Você está a quilômetros do hospital mais próximo e não há tempo para uma remoção de emergência. Hora de esterilizar as facas que tiver à mão e realizar uma apendicectomia improvisada.
Mesmo o mais intrépido explorador pode fraquejar diante da tarefa, mas graças a este dispositivo, até o mais covarde já pode se gabar à mesa do jantar, recordando o dia em que salvou a vida de um Indiana Jones às margens de um riacho lamacento na selva mexicana.
O aparelho se chama Sistema de Cirurgia e Diagnóstico Médico Auxiliado por Computador (CAMDASS, na sigla em inglês). Foi criado pela Agência Espacial Europeia (ESA) para proporcionar aos astronautas conhecimentos médicos de emergência.
Em resumo, o CAMDASS fornece um tutorial passo a passo em realidade aumentada para a execução de um procedimento cirúrgico. Um visor instalado na cabeça sobrepõe imagens da “visão do cirurgião”, enquanto o sistema “registra” o corpo doente com uma série de marcadores.
Até agora, o protótipo foi usado apenas para realizar exames, uma prática comum na Estação Espacial Internacional (mas as apendicectomias na selva talvez não estejam tão longe). Para isso, a sonda do ultrassom é ligada ao CAMDASS e rastreada por uma câmera infravermelha. A peça instalada na cabeça do “cirurgião” é composta por um visor 3D de realidade aumentada, que fornece instruções sobre a manipulação da sonda. Imagens de ultrassom de referência também aparecem para o observador e podem ser controladas por comandos de voz.
Usuários que participaram de testes experimentais relataram que foram capazes de executar procedimentos complexos sem ajuda.

Feliz Dia da Água, Terra!

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Uma enorme quantidade de água está presente nos alimentos que consumimos, muito mais do que a maioria imagina. De fato, é preciso uma quantidade de água mil vezes maior para alimentar a população humana que para saciar a nossa sede.
A extraordinária conexão entre a água e a segurança alimentar é a reflexão sugerida pela campanha da Organização das Nações Unidas nesta quinta-feira, 22 de março, Dia Mundial da Água.
Desde a primeira dessas campanhas anuais, lançada em 1993, o Dia Mundial da Água gira em torno de um tema específico. O lema do ano passado foi “Água para as Cidades”; em 1995, “Mulheres e Água”. Este ano, os organizadores da campanha enfatizam que a preservação da água é um bom motivo para comer menos. Afinal, são necessários 1.500 litros de água para produzir um quilo de trigo; já a mesma quantidade de carne exige 15.000 litros.
Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) afirma que alimentar os 9 bilhões de habitantes que a Terra abrigará até 2050 será simplesmente impossível – a menos que encontremos uma forma de cultivar mais alimentos usando menos água. Cerca de 70% da água doce destinada a consumo humano já está sendo desviada para a irrigação. Se essas colheitas irrigadas alimentarem mais pessoas que cabeças de gado, talvez possamos dar um passo na direção certa, mas isso exigirá um uso mais inteligente da água.
Se você ainda precisa de outro exemplo da estreita conexão entre os alimentos e a segurança alimentar, lembre-se de que a seca é a principal causa dos episódios de escassez maciça de alimentos nos países subdesenvolvidos. E certamente mudança climática agravará o problema em algumas regiões do mundo.
“Reduções drásticas no escoamento dos rios e no reabastecimento dos aquíferos devem ocorrer na Bacia do Mediterrâneo e nas regiões de semi-árido das Américas, Austrália, e África do Sul, afetando a disponibilidade e a qualidade da água em regiões que já vivem sob pressão”, alerta a FAO.
Mas nem todas as notícias neste Dia Mundial da Água são sombrias. Um relatório divulgado no começo deste mês revelou que mais de 2 bilhões de pessoas ganharam acesso a fontes melhores de água potável entre 1990 e 2010.