quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Criação da primeira vacina contra malária avança na África


Malaria
Crédito: Getty Images.
A busca pela primeira vacina contra a malária ganhou novo alento com a divulgação dos resultados preliminares de um estudo clínico, que mostram uma redução de quase 50% do risco de desenvolver a doença em crianças africanas.
A vacina, conhecida como RTS,S, é fabricada pelo laboratóriofarmacêutico britânico GlaxoSmithKline, na Bélgica, e é o primeira do gênero que bloqueia a ação de um parasita, em vez de bactérias e vírus.
Especialistas saudaram a terceira fase dos testes, em andamento em 11 locais da África subsaariana, como um passo promissor na direção da erradicação da doença, que é transmitida por mosquitos e mata quase 800 mil pessoas por ano, a maioria crianças.
Os resultados foram publicados no site do New England Journal of Medicine e anunciados durante o Fórum da Malária, organizado pela Fundação Bill & Melinda Gates em Seattle, Washington.
O criador da fundação e magnata da Microsoft, Bill Gates, descreveu a descoberta como um “grande marco” da luta contra a malária, com o “potencial de proteger milhões de crianças e salvar milhares de vidas”.
Crianças com idades entre cinco e 17 meses que receberam três doses da vacina apresentaram um risco 56% menor de desenvolver a malária clínica, que causa febre alta e calafrios, concluiu o estudo.
Quanto à malária severa – o estágio da doença que pode ser fatal e afeta o sangue, o cérebro e os rins – a redução do risco entre as crianças que tomaram a vacina foi de 47%.
"Isso é fantástico, já que nunca houve uma vacina bem-sucedida contra um parasita humano”, comemorou Tsiri Agbenyega, que chefia os testes clínicos com a RTS,S e lidera pesquisas sobre malária no Hospital-Escola Komfo-Anokye em Kumasi, Gana.
"Embora esses resultados sejam encorajadores, ainda temos um longo caminho a percorrer”, pontuou.
As análises foram realizadas com dados de 6.000 crianças, obtidos ao longo de um acompanhamento de 12 meses após a imunização.
No entanto, os pesquisadores precisam coletar mais informações sobre bebês entre 6 e 12 semanas para avaliar melhor o funcionamento da vacina neste grupo particularmente vulnerável, dizem os especialistas. Esses resultados complementares devem ser divulgados no ano que vem.
Segundo a Organização Mundial, a malária matou 781 mil pessoas em 2009. Cerca de 90% dos óbitos ocorreram na África, sendo que 92% eramcrianças com menos de cinco anos.
Regina Rabinovich, diretora do programa de saúde global da fundação, foi cautelosa ao responder se a Fundação Gates apoiaria uma vacina com uma taxa de sucesso de apenas 50 por cento.
"Essa é uma questão essencial. Em última análise, queremos entender a eficácia, duração e segurança da vacina”, afirmou, dizendo estar “entusiasmada” sobre os resultados obtidos até agora e ansiosa para obter novos dados.
Mais de 15 mil crianças em sete países africanos participam dos testes clínicos, que devem continuar por mais dois anos, cobrindo áreas onde já existem outras intervenções contra a malária, como mosquiteiros e pulverizações.
A RTS,S foi criada em 1987 em um laboratório da GlaxoSmithKline na Bélgica. Os testes iniciais ocorreram na Europa e nos Estados Unidos em 1992, e o primeiro estudo africano foi conduzido em Gâmbia, em 1998.
Hoje, os testes são realizados em Burkina Faso, Gabão, Gana, Quênia, Maláui, Moçambique e Tanzânia e incluem 15.460 crianças, “o maior teste clínico de uma vacina contra a malária até o momento”, segundo a GSK.
A vacina ativa o sistema imunológico para defender o organismo contra oPlasmodium falciparum, o mais mortal parasita da malária.
Os efeitos colaterais incluem febre e inchaço no local da injeção, “típicos de outras vacinações infantis”, afirmou Agbenyega.
Ainda há muitas questões em aberto, como a durabilidade e o custo da vacina, segundo Seth Berkley, CEO da Aliança Global para Vacinas e Imunização (GAVI, na sigla em inglês).
A malária é “um problema enorme entre os mais pobres, e  a busca por uma vacina é muito antiga”, disse à AFP. "Por isso, obter algum êxito, mesmo que não seja perfeito, já é uma grande coisa”.
Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos consideraram os resultados “um avanço promissor no desenvolvimento de uma vacina contra a malária para as crianças africanas”.
O CEO da GlaxoSmithKline, Adrew Witty, afirmou que a empresa já investiu US$ 300 milhões no desenvolvimento da vacina e pretende produzi-la a custos baixos e sem fins lucrativos, embora tenha afirmado anteriormente que é cedo demais para fixar um preço.
"Temos esperança de fornecer essa vacina às crianças africanas em 2015", prevê Witty.

Um Dia na Terra: 24 horas de cinema

Un Día en la Tierra 24 horas de cine
Crédito: Getty Images.
Por Tim Wall 

Todos têm seus 15 minutos de fama, mas no dia 11 de novembro, o planeta inteiro terá milhares de horas de fama por meio do projeto Um Dia na Terra.
Durante 24 horas, a população global é convidada a participar da segunda edição do evento de cinema e mídia. Todos terão a oportunidade de postar seus vídeos no website do projeto e contribuir para montagem de um mapa interativo sobre um dia na vida do planeta. Apenas alguns selecionados integrarão a versão final.
O projeto foi lançado em 2008, depois que seu fundador, Kyle Ruddick, presenciou a reunião de músicos de todo o mundo para criar harmonia tonal no Festival Mundial de Música Sacra, o que o inspirou a fazer o mesmo com filmes.
No ano passado, o documentário Um Dia Na Terra compartilhou histórias do mundo todo filmadas no dia 10 de outubro de 2010, e fez sucesso nos festivais internacionais de cinema.
“Criamos mídia com a contribuição de pessoas de todos os países do mundo. Mais de 60 organizações sem fins lucrativos participaram e nós criamos, coletivamemente, mais de 3.000 horas de vídeo”, afirma Ruddick no site do projeto.
Este ano, os patrocinadores convidam a população do planeta a se inscrever no site do projeto e preparar para disparar suas câmeras no dia 11 de novembro.
“Todos podem participar; quanto maior a qualidade e a quantidade de contribuições, maior nosso impacto sobre a humanidade”, disse Ruddick.
 “Juntos, registramos uma diversidade fantástica, os conflitos, tragédias e vitórias que acontecem diariamente. Convidamos você a fazer parte da nossa comunidade internacional de milhares de cineastas, centenas de escolas e dezenas de organizações sem fins lucrativos, e a contribuir com este mosaico global único. Um Dia na Terra é uma comunidade que não apenas observa, mas participa”, diz o texto de apresentação no site oficial.