segunda-feira, 2 de maio de 2011

Obama anuncia morte de Osama Bin Laden


Obama
Foto: AP Foto/Susan Walsh
Neste domingo, o presidente Barack Obama fez um pronunciamento à nação para anunciar que os Estados Unidos mataram Osama bin Laden, o líder da Al Qaeda. Leia a seguir a transcrição completa do comunicado.
“Boa noite. Esta noite, posso comunicar ao povo americano e ao mundo que os Estados Unidos conduziram uma operação que matou Osama bin Laden, o líder da Al Qaeda terrorista responsável pelo assassinato de milhares de homens, mulheres e crianças inocentes.
Há quase 10 anos, um dia ensolarado de setembro foi obscurecido pelo pior ataque contra o povo americano em nossa história. As imagens do 11/9 estão gravadas em nossa memória: aviões sequestrados atravessando um céu sem nuvens de setembro; o desabamento das Torres Gêmeas; a fumaça negra sobre o Pentágono; os destroços do voo 93 em Shanksville, Pensilvânia, onde as ações de cidadãos heroicos nos pouparam de  mais dor e destruição.
Ainda assim, sabemos que as piores imagens são aquelas que o mundo não viu. O lugar vazio na mesa de jantar. Crianças que foram obrigadas a a crescer sem mãe ou pai. Pais que nunca mais sentiram o abraço de seus filhos. Cerca de 3.000 cidadãos tirados de nós, deixando um buraco em nossos corações.
Em 11 de setembro de 2001, o povo norte-americano se uniu em luto coletivo. Oferecemos aos vizinhos nosso apoio, e aos feridos o nosso sangue. Reafirmamos nossos laços e nosso amor como comunidade e como país. Naquele dia, não importava de onde vínhamos, para que Deus orávamos, ou a que raça ou etnia pertencíamos, estávamos unidos como uma família americana.
Estávamos também unidos em nossa determinação em proteger nossa nação e trazer as pessoas que cometeram aquele terrível ataque perante a justiça. Rapidamente soubemos que os ataques do 11/9 foram perpetrados pela Al Qaeda, uma organização chefiada por Osama bin Laden, que havia declarado guerra aos Estados Unidos e estava determinada a matar inocentes em nosso país e em todo o planeta. Então fomos à guerra contra a Al-Qaeda, para proteger nossos cidadãos, nossos amigos e nossos aliados.
Ao longo dos últimos 10 anos, graças ao trabalho incansável e heroico das nossas forças armadas e de nossos profissionais de contraterrorismo, conseguimos grandes progressos. Impedimos ataques terroristas e fortalecemos a segurança nacional. No Afeganistão, derrubamos o governo talibã, que deu proteção e apoio a Bin Laden. E por todo o planeta, trabalhamos com nossos amigos e aliados para capturar ou matar os terroristas da Al Qaeda, incluindo vários membros que fizeram parte da conspiração do 11/9.
Mesmo assim, Osama bin Laden não foi capturado e escapou pela fronteira do Afeganistão com o Paquistão. Enquanto isso, a Al Qaeda continuava a agir ao longo dessa fronteira e a operar por meio de seus associados em todo o mundo.
E logo depois que assumi o governo, ordenei que Leon Panetta, diretor da CIA, que priorizasse a captura ou morte de Bin Laden na guerra contra a Al Qaeda, enquanto redobrávamos nossos esforços no exterior para abalar, desorganizar e derrotar sua rede.
Então, em agosto passado, depois de anos de um trabalho cuidadoso realizado pela nossa inteligência, fui informado de uma possível pista que levava a Bin Laden. Não havia certezas e levamos muitos meses para acabar com essa ameaça. Encontrei-me diversas vezes com minha equipe de segurança nacional, à medida que obtínhamos mais dados sobre a possibilidade de localizarmos Bin Laden escondido em um complexo no interior do Paquistão. Finamente, na semana passada, decidi que tínhamos informações suficientes para agir e autorizei uma operação para capturar Osama bin Laden e levá-lo perante a Justiça.
Hoje, sob minha direção, os Estados Unidos iniciaram uma operação contra o complexo em Abbottabad, Paquistão. Uma pequena equipe de norte-americanos executou a operação com extraordinária coragem e habilidade. Nenhum americano ficou ferido, e eles tiveram o cuidado de evitar a morte de civis. Depois de um tiroteio, eles mataram Osama bin Laden e assumiram a tutela de seu corpo.
Durante quase duas décadas, Bin Laden foi o líder e o símbolo da Al Qaeda, e continuou a planejar ataques contra nosso país, nossos amigos e aliados. A morte de Bin Laden sinaliza a vitória mais significativa até o momento nos esforços que empreendemos para derrotar a Al Qaeda.
Ainda assim, sua morte não sinaliza o fim de nosso esforço. Não há dúvidas de que a Al Qaeda continuará tentando organizar e praticar ataques contra nós.  Nós devemos ser – e permaneceremos –  vigilantes dentro do país e no exterior.
Da mesma forma, devemos também reafirmar que os Estados Unidos não estão – e nunca estarão – em guerra contra o Islã. Já esclareci, como o presidente Bush o fez logo depois do 11/9, que nossa guerra não é contra o Islã. Bin Laden não era um líder muçulmano: era um assassino em massa de muçulmanos. De fato, a Al Qaeda massacrou milhares de muçulmanos em vários países, incluindo o nosso. Por isso seu falecimento deve ser bem recebido por todos que acreditam na paz e na dignidade humanas.
Ao longo dos anos, sempre deixei claro que faríamos uma ofensiva dentro do Paquistão se soubéssemos o paradeiro de Bin Laden. E foi isso o que fizemos. Mas é importante observar que nossa cooperação com o Paquistão no combate ao terrorismo nos ajudou a chegar a Bin Laden e ao complexo onde ele se escondia. Na verdade, Bin Laden havia declarado guerra contra o Paquistão e ordenado ataques contra o povo paquistanês.
Esta noite, liguei para o presidente Zardari, e minha equipe também falou com seus colegas paquistaneses. Eles concordaram que esse é um dia bom e histórico para ambas as nações. E agora é fundamental que o Paquistão continue conosco na luta contra a Al Qaeda e seus associados.
O povo americano não escolheu essa luta. Ela veio até nós e começou com o assassinato sem sentido de nossos cidadãos. Depois de quase 10 anos de serviço, luta e sacrifício, conhecemos bem os custos da guerra. Esses esforços pesam em mim toda vez que eu, como comandante-em-chefe da nação, tenho que assinar uma carta para uma família que perdeu um membro querido, ou olhar nos olhos de um soldado que ficou gravemente ferido.
Os americanos compreendem os custos da guerra, mas como país, jamais toleraremos que nossa segurança seja ameaçada, nem ficaremos indiferentes enquanto nosso povo é assassinado. Defenderemos incansavelmente nossos cidadãos, nossos amigos e aliados. Seremos fiéis aos valores que fizeram de nós o que somos. E, em noites como esta, podemos dizer às famílias que perderam seus parentes queridos para o terror da Al Qaeda: a justiça foi feita.
Esta noite, agradecemos aos incontáveis profissionais da inteligência e contraterrorismo que trabalharam incansavelmente para atingir esse resultado. O povo americano não pode ver seu trabalho, nem conhece seus nomes. Mas esta noite, eles sentem orgulho de seu trabalho e da consequência de sua busca por justiça.
Agradecemos aos homens que conduziram essa operação, porque eles exemplificam o profissionalismo, o patriotismo e a coragem sem precedentes das pessoas que servem a nosso país. E elas são parte de uma geração que sustentou o maior fardo desde aquele dia de setembro.
Finalmente, deixem-me dizer às famílias que perderam seus amigos e parentes em 11/9: nunca esqueceremos sua perda, nem fraquejaremos em nosso compromisso de fazer tudo que pudermos para prevenir outro ataque em solo americano.
E, esta noite, vamos nos lembrar da sensação de unidade que prevaleceu em 11/9. Eu sei que isso, às vezes, foi difícil. Mas a vitória de hoje é um testamento da grandeza de nosso país e a determinação do povo americano.
A causa da defesa de nosso país não está completa. Mas, esta noite, mais uma vez lembramos que os Estados Unidos podem realizar tudo o que se determinarem a fazer. Essa é a história de nossa história, seja a busca da prosperidade para nosso povo, ou a luta pela igualdade de todos os nossos cidadãos; nosso compromisso é defender nossos valores no exterior, e nosso sacrifício é tornar o mundo um lugar mais seguro.
Que nos lembremos que podemos fazer tais coisas não apenas por riqueza e poder, mas pelo que somos: uma nação, com Deus, com liberdade e justiça para todos.
Obrigado. Que Deus os abençoe. E que Deus abençoe os Estados Unidos da América”.

As usinas nucleares norte-americanas resistiriam a um tsunami?


As usinas nucleares norte-americanas resistiriam a um tsunami?
A usina de San Onofre, perto de San Clemente, na Califórnia, situada na costa do Pacífico.
Foto: Hemera/ThinkStock
Por Eric Niiler
Quinta, 17 de março de 2011.
Operadoras de duas usinas nucleares na Califórnia afirmam estar bem-preparadas para um eventual tsunami. Entretanto, alguns especialistas solicitaram novas avaliações de riscos que levem em conta o terremoto, o tsunami e a crise nuclear que se abateram sobre o Japão.
A usina de San Onofre, perto de San Clemente, e a de Diablo Canyon, ambas na Califórnia, foram projetadas para suportar tremores de magnitude 7,0 e 7,5 graus, respectivamente, segundo funcionários da usina. Espera-se que ambas resistam a tsunamis de até 7,5 metros.
As duas usinas estão entre os 88 reatores localizados em áreas de atividade sísmica no mundo, segundo a Agência Internacional de Energia Atômica das Nações Unidas. As usinas da Califórnia são as únicas instalações nucleares norte-americanas na costa do Pacífico.
No entanto, alguns críticos afirmam que as agências reguladoras federais precisam reavaliar as usinas californianas, dada a escala de destruição que ocorreu no Japão. Ed Lyman, do grupo de vigilância Union of Concerned Scientists, afirma que as atuais avaliações de risco para catástrofes envolvendo terremotos e tsunamis podem estar obsoletas.
"A Comissão Reguladora Nuclear ainda não estabeleceu padrões com um nível alto o bastante para proteger a população de acidentes, e eles são mais verossímeis e plausíveis do que se pensava", disse Lyman a repórteres em uma coletiva de imprensa em Washington.
Cada um dos 104 reatores nos Estados Unidos foi submetido a testes individuais para calcular riscos locais, como terremotos, furacões, ondas altas, calor extremo ou inundação, como parte das exigências de licenciamento federal.
Em um relatório divulgado em 2008, a Comissão de Energia da Califórnia informa que a usina de San Onofre não tem meios para garantir a segurança em caso de terremoto com magnitude superior a 7,0, o nível esperado quando a usina foi projetada na década de 1960.
A Comissão de Serviços Públicos determinou que empresa proprietária da usina realize uma nova análise de risco dos reatores em caso de terremoto e tsunami antes de renovar a licença de operação, que expira em 2022, informou o San Diego Union-Tribune. O mesmo pedido foi feito à PG&E, que opera a usina de Diablo Canyon.
A empresa entregou seu relatório inicial sobre riscos em caso de terremoto e tsunami à comissão no mês passado, mas o documento não incluía a análise sísmica em três dimensões exigida pelas agências reguladoras.
As duas instalações nucleares estão localizadas acima do nível do mar, em penhascos.
A costa da Califórnia já sofreu com tsunamis no passado. O pior abalo foi o Grande Terremoto do Alasca, em 1964, que chegou a 9,2 na escala Richter. O tremor arrastou 11 pessoas em Crescent City e matou 17 ao longo da costa.
O sul da Califórnia, onde estão as usinas nucleares, é uma área de grande atividade sísmica. No entanto, a região não corre o risco de enfrentar ondas gigantes geradas por grandes tremores, como os do Japão e Alasca, porque sua linha costeira não é tão exposta, explicou Peggy Hellweg, sismóloga da Universidade da Califórnia em Berkeley.
Hellweg também duvida que as falhas próximas às usinas nucleares locais possam gerar abalos da magnitude do sismo no Japão. O sistema de falhas Newport-Inglewood e Rose Canyon, perto da usina de San Onofre, a falha de Hosgri e a falha Shoreline, que foi descoberta em 2008, situam-se perto da usina de Diablo Canyon.
"A magnitude do terremoto depende do tamanho das falhas ininterruptas existentes”, explicou Hellweg ao Discovery Notícias. "O comprimento dessas falhas não é suficiente para gerar um abalo de magnitude oito ou nove”.
Nos últimos dois anos, pesquisadores da Califórnia estão montando um estudo abrangente sobre o risco da ocorrência de tsunamis no estado. A primeira fase do estudo descobriu que a região provavelmente está sujeita a ameaças mais graves de tsunami por terremotos gerados perto da costa do Oregon e de Washington, na chamada zona de subducção da Falha de Cascadia, ou das Ilhas Aleutas, na costa do Alasca.
Outro perigo são os deslizamentos de terra submarinos próximos à costa, afirmou Stephen Mahin, diretor do Centro de Pesquisa de Engenharia de Terremotos no Pacífico, da Universidade da Califórnia em Berkeley.
"Temos penhascos grandes que podem causar tsunamis locais bem maiores que os mais distantes. Mas são bem mais difíceis de prever”, alertou Mahin.

fonte:http://blogs.discoverybrasil.com/noticias/page/4/

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Fóssil pré-histórico pode ter inspirado mitos gregos


Fóssil pré-histórico pode ter inspirado mitos gregos
Photos.com/ThinkStock
Por Rossella Lorenzi
Quinta, 30 de março de 2011
O osso de um grande animal extinto, venerado pelos antigos gregos, finalmente encontrou um lar permanente na Inglaterra.
Conhecido como osso de Nichoria, o fóssil enegrecido é parte do fêmur de um enorme mamífero extinto, que viveu no sul da Grécia há pelo menos um milhão de anos. Encontrado pelos antigos gregos, pode ter inspirado determinadas feras da mitologia grega clássica.
Ele foi redescoberto há quarenta anos atrás, mas desde então, estava desaparecido. "Pensava-se que estivesse perdido até 1998, mas foi encontrado em um porão da Universidade de Minnesota. Ele passou a última década em vários laboratórios do país”, afirma Adrienne Mayor, pesquisadora de História da Ciência e Civilização Clássica na Universidade de Stanford, ao Discovery Notícias.
Curadores do Museu Ashmolean  de Oxford, na Inglaterra, comemoraram a chegada do fóssil histórico. "Esse osso venerável merece ser exibido. É um dos dois únicos grandes fósseis de vertebrados que foram deliberadamente recolhidos na antiguidade e desenterrados por arqueólogos na Grécia”, explica Mayor.
Segundo Mayor, grandes fósseis de espécies pré-históricas, como este osso petrificado, podem ter inspirado muitas feras lendárias da mitologia clássica. O fóssil foi descrito pela primeira vez em seu livro The first fossil hunters (Os primeiros caçadores de fósseis, em tradução livre), publicado no ano 2000.
O livro levanta hipóteses sobre as origens de diversos mitos, demonstrando a existência de fósseis pré-históricos nos mesmos locais onde surgiram histórias fantásticas sobre seres gigantes.
"É provável que os gregos antigos tenham encontrado o osso nos depósitos de lignita da bacia de Megalópolis, conhecida na Antiguidade como ‘Campo de Batalha dos Gigantes’. Ali, a grande concentração de grandes ossos fósseis inspirou a crença de que exércitos inteiros de gigantes brotavam dos raios de Zeus”, explica Mayor.
Talvez reverenciado como o fêmur de um gigante mítico, o osso de Nichoria foi descoberto na antiga acrópole de mesmo nome entre 1969 e 1975 por arqueólogos da Expedição de Messênia e Minnesota.
O fato de ter sido cuidadosamente guardado na acrópole, que ficava a cerca de 55 quilômetros dos depósitos de lignita, demonstra que os antigos gregos nutriam grande interesse em fósseis.
"O fóssil reforça a hipótese de que os antigos gregos já haviam descoberto tais espécimes e lhes atribuíam um significado”, disse Hans-Dieter Sues, cientista e curador de paleontologia dos vertebrados no Museu Nacional de História Natural Smithsonian, em Washington, D.C.
Identificado em 1978 como o fêmur do "elefante do Plioceno", o osso ficou perdido durante duas décadas. Redescoberto em 1998 no Laboratório de Arqueometria da Universidade de Minnesota, Duluth, não foi catalogado até Mayor reconhecer sua importância.
Ela levou o fóssil ao Museu de História Natural em Nova York, onde foi examinado pelo  paleontólogo Nikos Solounias, um especialista em fósseis gregos entre os períodos Mioceno e Holoceno.
Solounias identificou que o osso correspondia à extremidade distal do fêmur de um rinoceronte lanoso, ou provavelmente de um grande herbívoro denominado chalicotherium, e datava do Pleistoceno, entre 2 milhões e 10 mil anos atrás.
Segundo Solounias, a cor escurecida do osso fossilizado indica que pode ter sido retirado dos depósitos de lignita perto da antiga cidade de Megalópolis. Levado pelos antigos gregos à acrópole ensolarada de Nichoria, e depois desenterrados dois milênios depois, o osso viajou bastante na última década.
Da Grécia, atravessando o Mediterrâneo e o Atlântico, ele foi para Minnesota, depois para o leste de Princeton, Nova Jersey e Nova York, onde foi identificado por paleontólogos. Depois seguiu para Bozeman, Montana, onde restauradores do Museu das Rochosas o estabilizaram para evitar futuras rupturas.
"Em seguida, ele foi transportado para Palo Alto, na Califórnia, onde descansou em minha mesa enquanto eu procurava um lar adequado em um museu conceituado”, disse Mayor.
O fóssil finalmente chegou ao seu destino há alguns meses: o Museu Ashmolean de Oxford, onde será exibido na Galeria de Antiguidades Gregas e Romanas.

fonte:http://blogs.discoverybrasil.com/noticias/page/2/

Aquecimento global altera troca de calor no oceano



 
Simulação da Temperatura de Superfície do Oceano (SST, na sigla em inglês) mostra a Corrente de Agulhas na costa sul da África do Sul (NOAA).
Sexta, 27 de abril de 2011.
Ao observar o Atlântico em um mundo cada vez mais quente, climatologistas acreditam que o noroeste da Europa e Estados Unidos teriam uma pausa refrescante nas alterações da circulação oceânica, desencadeadas pelo aumento do derretimento do gelo no Ártico.
Não tão rápido, dizem os oceanógrafos: as temperaturas em elevação registradas no Oceano Índico, na extremidade sul da África, podem muito bem contrabalançar o efeito do derretimento no Ártico, fazendo com que as regiões do Atlântico Norte sofram em cheio com a tendência de aquecimento mundial.
Uma análise da oceanógrafa Lisa Beal, da Universidade de Miami, e colegas internacionais, publicada na nova edição da revista Nature, evoca a famosa observação de um grande naturalista do século XIX, John Muir: "Quando alguém arranca uma única coisa da natureza, descobre estar ligado ao resto do mundo".
Em relação ao Hemisfério Norte, os pesquisadores pensavam que o aumento do ritmo de derretimento do gelo ártico aumentaria o fluxo de água doce no Atlântico Norte. Isso alteraria o equilíbrio com a água mais salgada e densa que é arrastada para o norte pela Corrente do Golfo, restringindo a submersão ou a ação contrária ao norte da grande circulação termohalina oceânica. A reação em cadeia resultaria em um Oceano Atlântico mais frio, que resfriaria o nordeste dos Estados Unidos e da Europa.
Sob a perspectiva do Hemisfério Sul, Beal e seus colegas vêm estudando um fluxo importante conhecido como Corrente de Agulhas – o equivalente no Oceano Índico à Corrente do Golfo – que carrega a água quente dos Trópicos em direção ao Polo Sul, ao longo da costa sudeste da África. Quando a água mais densa e salgada da Corrente de Agulhas chega à extremidade da África do Sul, grande parte se move em direção ao leste, no giro subtropical do Oceano Índico, mas parte dela "vaza" em redemoinhos que se unem à água mais leve e doce do Atlântico Sul.
"Há evidências de que o vazamento de Agulhas está aumentando em decorrência da mudança climática antropogênica", escreve Beal. "Dados hidrográficos e de satélite mostram uma expansão para o sul do giro tropical do Oceano Índico, e uma tendência de aquecimento no sistema de Agulhas desde a década de 1960".
A água mais salgada e densa do Oceano Índico flui pelo Atlântico Sul; parte dela atravessa o equador e acaba integrando a circulação do Atlântico Norte, onde o relatório de 2007 do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC, na sigla em inglês) projetou uma tendência de resfriamento.
"Isso pode significar que o atual modelo de previsões do IPCC para o próximo século está errado e não haverá resfriamento no Atlântico Norte para compensar parcialmente os efeitos da mudança climática
na América do Norte e Europa", alertou Beal em uma declaração divulgada pela Universidade de Miami.

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Fonte:
http://blogs.discoverybrasil.com/noticias/