A
crise da dívida pública da Zona Euro é uma crise econômica iniciada na
Grécia e que
se estendeu aos demais países da
Europa desde 2010.
Historia
Tornou-se público que durante anos o governo grego assumiu profundas dívidas, gastando
descontroladamente, o que contrariava os acordos econômicos europeus. Quando chegou
altas para emprestar dinheiro à Grécia.
como de fatores internos ao próprio país - forte endividamento (cerca de 120% do
PIB) e
déficit
orçamentário superior a 13% do PIB.
A situação foi agravada pela falta de transparência por parte do país na divulgação dos números
da sua dívida e do seu déficit. Segundo o economista
Jean Pisani-Ferry, nos últimos dez anos
, a diferença média entre o déficit orçamentário real e a cifra notificada à
Comissão europeia
Diante das sérias dificuldades econômicas da Grécia, a
União Europeia adotou um plano
também declarou que a UE realizaria uma operação de
bailout do país, se fosse necessário.
levou-os a tomar medidas de austeridade.
[6]
Segundo alguns analistas, em última instância, essa crise poderia significar
rebaixamento das
dívidas de todos os países da Europa.
[7] Os ataques especulativos à Grécia foram considerados
por alguns, inclusive pelo governo grego, como ataques à Zona Euro - através do seu elo mais
Todos os países da Zona Euro foram afetados pelo impacto que teve a crise sobre a moeda
comum europeia. Houve receios de que os problemas gregos nos mercados financeiros
internacionais despoletassem um efeito de contágio que fizesse tremer os países com
Espanhaque, tal como a Grécia, tiveram que tomar medidas para reajustar as suas contas.
conjuntamente um pacote de medidas destinadas a resgatar a economia grega, que foi
bloqueado durante semanas devido em particular a divergências entre a Alemanha, economia
líder da zona, e os outros países membros. Durante essas negociações e perante a
incapacidade da Zona Euro de chegar a um acordo, a desconfiança aumentou nos
mercados financeiros, enquanto o euro teve uma queda regular e as praças bolsistas
apresentavam fortes quedas.
Finalmente, em 2 de maio de 2010, a
União Europeia (UE) e o FMI acordaram um plano de
resgate de 750 milhões de euros para evitar que a crise se estendesse por toda a Zona Euro.
A essa medida adicionou-se a criação, anunciada a 10 de maio, de um fundo de estabilização
coletivo para a Zona Euro. Ao mesmo tempo, todos os maiores países europeus tiveram que
adotar os seus próprios planos de ajuste das finanças publicas, inaugurando uma era de
A crise provocou nova discussão sobre a coordenação econômica e integração fiscal da
zona, sendo apontadas as faltas de um tesouro e de um orçamento consolidado da Zona Euro
como problemas mais importantes.
[10][11]
Empréstimo à Grécia
um acordo, envolvendo empréstimos no valor de 110 bilhões de euros
Euro iriam elaborar um plano de defesa da moeda europeia, até a abertura
dos
mercados, no dia 10, para evitar novos ataques especulativos à moeda
europeia. A base jurídica para tal plano repousa no artigo 122-2 do tratado
europeu, que estipula que "quando um estado-membro experimentar dificuldades,
ou uma séria ameaça de graves dificuldades, em razão de
catástrofes naturais
ou de acontecimentos excepcionais que escapem ao seu controle, o
Conselho
, a partir de proposta da
Comissão, pode conceder, sob certas condições, assistência
financeira da
União ao estado-membro em questão."
[13]
A chanceler Merkel ressaltou a determinação dos líderes europeus em blindar
o euro contra a
especulação. Merkel disse também que os líderes europeus
estão indo além do
plano de resgate para a Grécia, pois avaliam que "a estabilidade
da Zona do Euro como um todo ainda não está assegurada apenas com o
programa grego". Segundo ela, todos os membros da Zona do Euro devem "de forma
segura e rápida" reduzir seus déficits orçamentais. Merkel ressaltou a necessidade
declarou que "o euro é um elemento essencial da Europa. Nós não podemos
deixá-lo na mão de especuladores".
[14]
o empréstimo de 78 bilhões de euros a Portugal. O empréstimo será dividido igualmente
finanças português, Teixeira dos Santos, a taxa de juro média do empréstimo deverá
rondar os 5,1%.
[16] Portugal torna-se assim no terceiro país da Zona Euro, após a Irlanda
e a Grécia, a receber apoio financeiro internacional para suplantar dificuldades financeiras.
Estima-se que entre 30.000 e 70.000
portugueses passaram a trabalhar nas ex-colônias
Ao longo do ano de 2010, foram feitos muitos protestos populares contra as medidas de
austeridade adotadas na Zona Euro — na Grécia e, em menor escala, na
Irlanda, na
Itália
duas perspectivas acerca da crise. A visão dominante propõe uma naturalização despolitizada
da crise: medidas regulatórias são apresentadas não como decisões baseadas em escolhas
políticas, mas como imperativos de uma
lógica financeira neutra, isto é, se queremos
estabilizar nossas economias, simplesmente temos que engolir a pílula amarga. Já segundo
a visão dos trabalhadores, pensionistas e estudantes - aqueles que protestam nas ruas - as
de desmantelar o que resta do estado social.
um agente neutro da disciplina e da ordem; na segunda perspectiva, aparece como agente