segunda-feira, 2 de maio de 2011

Aquecimento global altera troca de calor no oceano



 
Simulação da Temperatura de Superfície do Oceano (SST, na sigla em inglês) mostra a Corrente de Agulhas na costa sul da África do Sul (NOAA).
Sexta, 27 de abril de 2011.
Ao observar o Atlântico em um mundo cada vez mais quente, climatologistas acreditam que o noroeste da Europa e Estados Unidos teriam uma pausa refrescante nas alterações da circulação oceânica, desencadeadas pelo aumento do derretimento do gelo no Ártico.
Não tão rápido, dizem os oceanógrafos: as temperaturas em elevação registradas no Oceano Índico, na extremidade sul da África, podem muito bem contrabalançar o efeito do derretimento no Ártico, fazendo com que as regiões do Atlântico Norte sofram em cheio com a tendência de aquecimento mundial.
Uma análise da oceanógrafa Lisa Beal, da Universidade de Miami, e colegas internacionais, publicada na nova edição da revista Nature, evoca a famosa observação de um grande naturalista do século XIX, John Muir: "Quando alguém arranca uma única coisa da natureza, descobre estar ligado ao resto do mundo".
Em relação ao Hemisfério Norte, os pesquisadores pensavam que o aumento do ritmo de derretimento do gelo ártico aumentaria o fluxo de água doce no Atlântico Norte. Isso alteraria o equilíbrio com a água mais salgada e densa que é arrastada para o norte pela Corrente do Golfo, restringindo a submersão ou a ação contrária ao norte da grande circulação termohalina oceânica. A reação em cadeia resultaria em um Oceano Atlântico mais frio, que resfriaria o nordeste dos Estados Unidos e da Europa.
Sob a perspectiva do Hemisfério Sul, Beal e seus colegas vêm estudando um fluxo importante conhecido como Corrente de Agulhas – o equivalente no Oceano Índico à Corrente do Golfo – que carrega a água quente dos Trópicos em direção ao Polo Sul, ao longo da costa sudeste da África. Quando a água mais densa e salgada da Corrente de Agulhas chega à extremidade da África do Sul, grande parte se move em direção ao leste, no giro subtropical do Oceano Índico, mas parte dela "vaza" em redemoinhos que se unem à água mais leve e doce do Atlântico Sul.
"Há evidências de que o vazamento de Agulhas está aumentando em decorrência da mudança climática antropogênica", escreve Beal. "Dados hidrográficos e de satélite mostram uma expansão para o sul do giro tropical do Oceano Índico, e uma tendência de aquecimento no sistema de Agulhas desde a década de 1960".
A água mais salgada e densa do Oceano Índico flui pelo Atlântico Sul; parte dela atravessa o equador e acaba integrando a circulação do Atlântico Norte, onde o relatório de 2007 do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC, na sigla em inglês) projetou uma tendência de resfriamento.
"Isso pode significar que o atual modelo de previsões do IPCC para o próximo século está errado e não haverá resfriamento no Atlântico Norte para compensar parcialmente os efeitos da mudança climática
na América do Norte e Europa", alertou Beal em uma declaração divulgada pela Universidade de Miami.

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Fonte:
http://blogs.discoverybrasil.com/noticias/


 

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