terça-feira, 20 de dezembro de 2011

CAPITALISMO FINANCEIRO





Desde o final do século XIX, o crescimento das empresas gerou uma forte concorrência entre elas, que promoveu fusões e incorporações, isso resultou então no surgimento do monopólio e do oligopólio. A partir daí surge o Capitalismo Financeiro, que apesar de suas raízes estarem fincadas no final do século XIX, só após a 1ª Guerra Mundial é que essa etapa se consolidou, pois aí surgem grandes empresas, que estão presentes até os dias atuais. Estava se delineando a nova realidade do mercado internacional, onde as empresas para poderem se expandir abriam seus capitais, tornando atraente o mercado de ações e esse mecanismo tornou também o banco poderoso, pois representará o próprio investidor. Apesar de ter vários sócios a empresa tem um controlador, que é o sócio majoritário, que pode ser uma pessoa, um grupo de pessoas, uma empresa ou um banco. O contexto tornou o liberalismo econômico um  plano ideológico, uma vez que a cada momento o monopólio tornava-se cada vez mais presente, substituindo a livre concorrência e o livre mercado. A disputa entre as potências econômicas européias acabou por acirrar as disputas internas o que desencadeou a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), cujas conseqüências foram importantes mudanças geopolíticas no continente europeu. Nesse período, vale destacar que ocorreu em 1917 a Revolução Russa, que implantou pela primeira vez o modo de produção socialista, cuja estrutura é oposta a do capitalismo. Além da reordenação política percebem-se pós-1ª Guerra à tentativa clara americana de ampliar a presença no território europeu, o que só acontece parcialmente, pois a crise de 1929 abalou as estruturas do capitalismo, levando a profundas modificações no sistema, que buscou novas formas de proteção, uma outra alteração significativa é a troca do modelo liberal pelo modelo Keynesiano (cujo principal teórico foi John MaynardKeynes). Neste período as conquistas tecnológicas continuaram marcando a economia tanto quanto a instabilidade política, tornava-se cada vez mais acentuada com o crescimento de ideologias extremistas, caminhou-se assim para a 2ª Guerra Mundial (1939-1945). É durante a etapa do Capitalismo Financeiro, que os trustes e cartéis tornam-se cada vez mais presentes.  O capitalismo financeiro revela um modo de produção onde os bancos assumem gradativamente ocontrole de outras empresas, dessa forma funde-se o banco com a indústria e até mesmo com as demais atividades como agricultura, pecuária e mineração. “No início do século XX surgiram nos EUA duas importantes revoluções no processo produtivo, com a adoção de dois métodos de organização de trabalho: o taylorismo e o fordismo”. O objetivo do taylorismo era atingir a máxima eficiência no processo produtivo com maior economia de tempo. O Taylorismo consistia na sistematização e padronização do trabalho, por meio de uma definição precisa do modo como cada uma das etapas da produção deveria ser realizada e do tempo que deveria ser despendido em cada uma delas. Henry Ford criou o processo de fabricação por meio da linha de montagem. O fordismo levou ao extremo a especialização do trabalho. Cada operário passou a executar uma ou duas operações sem sair de seu setor. Esse método também foi estendido e generalizado aos outros setores de produção. O fordismo e o taylorismo adaptaram o trabalho humano ao da máquina, transformando-o em uma engrenagem a mais e
complementar à linha de montagem. A permanência do operário na fábrica foi substituída pela rotatividade freqüente. O modelo de produção implantado por Henry  Ford foi fundamental à instalação de unidades de produção em outras regiões do mundo, onde a fabricação de mercadorias baseada na montagem em etapas não exigia, em princípio, qualificação de boa parte da mão-deobra. “O aumento da produtividade com a racionalização do trabalho, advinda do taylorismo e do fordismo, mostrou-se surpreendente, indo de encontro às necessidades das empresas capitalistas de aumentarem também os seus lucros.” Atualmente vive-se a principal etapa do capitalismo financeiro que é a globalização.

Prof: Bráulio Pereira dos santos – Conteúdo História aula: 01  Série 7ºano



O PROGRESSO ECONÔMICOABALA A FORÇA DA IGREJA



O texto abaixo fala de um dos principais líderes da Reforma Protestante, Lutero, e das razoes de sua revolta contra a Igreja Católica
As 93 teses de Lutero

Em 28 de outubro de 1517, um monge alemão, Martinho Lutero, proclamou com violência que desaprovava a sistema de indultos. No decorrer dos séculos, a Igreja crista perdera muito da sua pureza inicial, pais tinha-se instaurado uma prática escandalosa: vender indultos, o que queria dizer que um pecador podia comprar o perdão da suas faltas!
Três dias mais tarde, as 93 teses de Lutero foram afixadas na porta da Schlosskirche de Vittemberg, na Turíngia, provocando um verdadeiro escândalo, cujos ecos chegaram ate Roma. Contudo, Lutero não era um revoltado e, nessa altura, não pensava em separar-se da Igreja. Protestava simplesmente, baseando-se nas palavras de São Paulo, que orientaram a sua vida: "0 justo viverá pela fé".
Porém, o papa não podia tolerar um ataque cujo alcance bem avaliava, tanto mais que Lutero, indo mais longe do que em princípio pretendia, criticou sucessivamente a missa, a culto dos santos, a hierarquia e a autoridade do Santo Padre.
Em 1520, o papa lançou contra Lutero uma bula de excomunhão mas este,longe de se submeter, queimou-a na praça pública de Vittemberg, em 16 de dezembro do mesmo ano, provocando a ruptura.
Convocado no ano seguinte para se apresentar perante a Dieta de Worms e banido do império, Lutero escondeu-se durante 10 meses em casa do príncipe de Saxe, enquanto traduzia a Bíblia para a alemão. 0 cisma estava consumado: era a Reforma.
Atualmente, o ecumenismo (tentativa de aproximação de todas as Igrejas), lançado pelo papa Jõao XXIII, tende a unir todos os Cristão, quer desejam protestantes luteranos, calvinistas, ortodoxos ou católicos.)
(GABALDA,J. e BEAULIEU, R. aquele dia acomeceu. Lisboa, Bertrand, 1981, p. 157)

OS REIS E SUAS NACÕES



Hoje fala-se em patriotismo, nacionalismo, soberania nacional etc. Na Idade Média isso não acontecia. Este texto, além de explicar por que isso não acontecia na Idade Média, mostra também quando e por que essas palavras começaram a surgir.
Aí vem o rei!
Muita gente pensa hoje que as crianças nascem com o instinto de patriotismo nacional. Evidentemente isso não é verdade. O patriotismo nacional vem em grande parte de se ler e ouvir falar constantemente nos grandes feitos dos heróis nacio­nais. As crianças do século X o encontravam em seus livros didáticos desenhos de navios de seu país afundando os de um país inimigo. Por uma razão muito simples: não havia países, tal como os conhecemos hoje.
Mas em fins da Idade Média no decorrer do século XV


 tudo isso se modificou. Surgiram nações, as divisões nacionais se tornaram acentuadas, as literaturas nacionais fizeram seu aparecimento e regulamentações nacionais para a indústria substituíram as regulamentações locais. Passaram a existir leis nacionais, línguas nacionais e até mesmo Igrejas nacionais. Os homens começaram a considerar-se não como cidadãos de Madri, de Kent ou de Paris, mas como da Espanha, Inglaterra ou França. Passaram a dever fidelidade não à sua cidade ou ao senhor feudal, mas ao rei, que é o monarca de toda uma nação.
Como ocorreu essa evolução do Estado nacional? Foram muitas as razões - políticas, religiosas, sociais, econômicas. Livros inteiros foram escritos sobre esse interessante assunto. Temos espaço para examinar apenas algumas causas - principal­ mente econômicas.
A asceno da classe média é um dos fatos importantes desse período que vai do século X ao século XV. Modificações nas formas de vida provocaram o crescimento dessa nova classe e seu advento trouxe novas modificações no modo de vida da sociedade. As antigas instituições, que haviam servido a uma fll1alidade na velha ordem, entraram em decancia; novas ins­tituições surgiram, tomando seu lugar. É uma lei da História.
O mais rico é quem mais se preocupa com o número de guardas que há em seu quarteirão. Os que se utilizam das estradas para enviar suas mercadorias ou dinheiro a outros lugares são os que mais reclamam proteção contra assaltos e isenção de taxas de pedágio. A confusão e a inseguraa não são boas para os negócios. A classe média queria ordem e segurança.
Para quem se poderia voltar1 Quem, na organização feudal, lhe podia garantir a ordem e a segurança? No passado, a proteção era proporcionada pela nobreza, pelos senhores feudais. Mas fora contra as extorsões desses mesmos senhores que as cidades haviam lutado. Eram os exércitos feudais que pilhavam, destruíam e roubavam. Os soldados dos nobres, não recebendo pagamento regular pelos seus serviços, saqueavam cidades e rouba­ vam tudo o que podiam levar. As lutas entre os senhores guerreiros freqüentemente representavam a desgraça para a população local, qualquer que fosse o vencedor. Era a presença de senhores diferentes em diferentes lugares ao longo das estradas comerciais que tornava os negócios tão dificeis. Necessitava-se de uma auto­ridade central, um Estado nacional. Um poder supremo que pu­ desse colocar em ordem o caos feudal. Os velhos senhores já não podiam preencher sua função social. Sua época passara. Era che­ gado o momento oportuno para um poder central forte.
Na Idade Média, a autoridade do rei existia teoricamente, mas de fato era fraca. Os grandes barões feudais eram praticamente independentes. Seu poderio tinha de ser controlado, e realmente o foi.
Os passos dados pela autoridade central para tornar-se capaz de exercer o poder nacional foram lentos e irregulares. Não se assemelharam a uma escada, com um degrau sobre outro levando firmemente uma direção definida, mas sim uma estrada acidentada, com muitas idas e vindas. Não levou um, dois, ou cinqüenta ou cem anos. Levou séculos - mas, final­ mente, tornou-se realidade.
Os senhores começaram a enfraquecer por terem perdi­ do grande parte de seus bens em terras e servos. Sua foa havia sido desafiada e parcialmente controlada pelas cidades. E em certas regiões, em sua constante guerra entre si, estavam realizando o extermínio mútuo.
O rei fora um aliado fone das cidades na luta contra os senhores. Tudo o que reduzisse a força dos barões fortalecia o poder real. Em recompensa pela sua ajuda, os cidadãos estavam prontos a auxiliá-lo com empréstimos de dinheiro. Isso era importante, porque com o dinheiro o rei podia dispensar a ajuda militar de seus vassalos. Podia contratar e pagar um exército pronto, sempre a seu serviço, sem depender da lealdade de um senhor.
(HUBERMAN, L. História da riqueza do homem.Rio de Janeiro, Zahal, 1983, p. 79-81)

Questões
1.      Por que as criaas da Idade Média não tinham noção do que era patriotismo?
2.      Quando e como tudo se modificou?
3.      Que tipos de razões inflram para que houvesse essa modificação?
4.      Cite um dos fatos importantes do período que vai do século X ao século XV.
5.      Como foram os passos dados pela autoridade central para tornar-se capaz de exercer o poder nacional?
6.      Por que os senhores feudais começaram a se enfraquecer?
7.      Qual Foi o papel do rei e dos burgueses no surgimento das nações?