segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Crise da dívida pública da Zona Eur



crise da dívida pública da Zona Euro é uma crise econômica iniciada na Grécia e que 
se estendeu aos demais países da Europa desde 2010.
Historia
Tornou-se público que durante anos o governo grego assumiu profundas dívidas, gastando 
descontroladamente, o que contrariava os acordos econômicos europeus. Quando chegou 
acrise financeira global, o déficit orçamental subiu e os investidores exigiram taxas muito mais
 altas para emprestar dinheiro à Grécia.
A crise começou com a difusão de rumores sobre o nível da dívida pública da Grécia e o risco
 de suspensão de pagamentos pelo governo grego. A crise da dívida grega teria sido iniciada
 no final de 2009, mas só se tornou pública em 2010. Resultou tanto da crise econômica mundial
como de fatores internos ao próprio país - forte endividamento (cerca de 120% do PIB) e déficit
 orçamentário superior a 13% do PIB.
A situação foi agravada pela falta de transparência por parte do país na divulgação dos números
 da sua dívida e do seu déficit. Segundo o economista Jean Pisani-Ferry, nos últimos dez anos
, a diferença média entre o déficit orçamentário real e a cifra notificada à Comissão europeia
 foi de 2.2% [1] do PIB.[2]
Diante das sérias dificuldades econômicas da Grécia, a União Europeia adotou um plano
 de ajuda , incluindo empréstimos e supervisão do Banco Central Europeu. O Conselho Europeu
 também declarou que a UE realizaria uma operação de bailout do país, se fosse necessário.
[3] A ameaça de extensão da crise a outros países, nomeadamente Portugal eEspanha,
 levou-os a tomar medidas de austeridade.[6]
Segundo alguns analistas, em última instância, essa crise poderia significar rebaixamento das 
dívidas de todos os países da Europa.[7] Os ataques especulativos à Grécia foram considerados
 por alguns, inclusive pelo governo grego, como ataques à Zona Euro - através do seu elo mais
 fraco, a Grécia.[8]
Todos os países da Zona Euro foram afetados pelo impacto que teve a crise sobre a moeda
 comum europeia. Houve receios de que os problemas gregos nos mercados financeiros
 internacionais despoletassem um efeito de contágio que fizesse tremer os países com
 economias menos estáveis da Zona Euro, como PortugalRepública da IrlandaItália e
 Espanhaque, tal como a Grécia, tiveram que tomar medidas para reajustar as suas contas.
A partir de março de 2010, a Zona Euro e o Fundo Monetário Internacional (FMI) debateram 
conjuntamente um pacote de medidas destinadas a resgatar a economia grega, que foi 
bloqueado durante semanas devido em particular a divergências entre a Alemanha, economia
 líder da zona, e os outros países membros. Durante essas negociações e perante a
 incapacidade da Zona Euro de chegar a um acordo, a desconfiança aumentou nos 
mercados financeiros, enquanto o euro teve uma queda regular e as praças bolsistas
 apresentavam fortes quedas.
Finalmente, em 2 de maio de 2010, a União Europeia (UE) e o FMI acordaram um plano de 
resgate de 750 milhões de euros para evitar que a crise se estendesse por toda a Zona Euro.
 A essa medida adicionou-se a criação, anunciada a 10 de maio, de um fundo de estabilização
 coletivo para a Zona Euro. Ao mesmo tempo, todos os maiores países europeus tiveram que
 adotar os seus próprios planos de ajuste das finanças publicas, inaugurando uma era de 
A crise provocou nova discussão sobre a coordenação econômica e integração fiscal da 
zona, sendo apontadas as faltas de um tesouro e de um orçamento consolidado da Zona Euro
 como problemas mais importantes.[10][11]

Empréstimo à Grécia

Em 2 de maio, os países da Zona Euro, o FMI e a Grécia chegaram a 
um acordo, envolvendo empréstimos no valor de 110 bilhões de euros
ao país e condicionado à execução de um programa de ajuste estrutural
 da economia grega.[12] Em8 de maio, o presidente francês Nicolas Sarkozy 
e a chanceler alemã Angela Merkel anunciaram que os 16 países da Zona
 Euro iriam elaborar um plano de defesa da moeda europeia, até a abertura
 dos mercados, no dia 10, para evitar novos ataques especulativos à moeda
 europeia. A base jurídica para tal plano repousa no artigo 122-2 do tratado
 europeu, que estipula que "quando um estado-membro experimentar dificuldades, 
ou uma séria ameaça de graves dificuldades, em razão de catástrofes naturais 
ou de acontecimentos excepcionais que escapem ao seu controle, o Conselho
, a partir de proposta da Comissão, pode conceder, sob certas condições, assistência
 financeira da União ao estado-membro em questão."[13]
A chanceler Merkel ressaltou a determinação dos líderes europeus em blindar 
o euro contra a especulação. Merkel disse também que os líderes europeus 
estão indo além do plano de resgate para a Grécia, pois avaliam que "a estabilidade
 da Zona do Euro como um todo ainda não está assegurada apenas com o
 programa grego". Segundo ela, todos os membros da Zona do Euro devem "de forma
 segura e rápida" reduzir seus déficits orçamentais. Merkel ressaltou a necessidade
 de uma regulação mais forte para o mercado financeiro. Já o presidente Sarkozy
 declarou que "o euro é um elemento essencial da Europa. Nós não podemos
 deixá-lo na mão de especuladores".[14]


Em 16 de maio de 2011, os ministros das finanças da Zona Euro aprovaram oficialmente
 o empréstimo de 78 bilhões de euros a Portugal. O empréstimo será dividido igualmente
 Financeira e pelo Fundo Monetário Internacional.[15] De acordo com o ex-ministro das 
finanças português, Teixeira dos Santos, a taxa de juro média do empréstimo deverá
 rondar os 5,1%.[16] Portugal torna-se assim no terceiro país da Zona Euro, após a Irlanda
 e a Grécia, a receber apoio financeiro internacional para suplantar dificuldades financeiras.
Estima-se que entre 30.000 e 70.000 portugueses passaram a trabalhar nas ex-colônias
 (principalmente Brasil[17] e Angola[18]) durante a época da crise financeira.
Ao longo do ano de 2010, foram feitos muitos protestos populares contra as medidas de
 austeridade adotadas na Zona Euro — na Grécia e, em menor escala, na Irlanda, na Itália
 e na Espanha. Nesse período, segundo a análise do filósofo político Slavoj Žižek, construíram-se
 duas perspectivas acerca da crise. A visão dominante propõe uma naturalização despolitizada
 da crise: medidas regulatórias são apresentadas não como decisões baseadas em escolhas
 políticas, mas como imperativos de uma lógica financeira neutra, isto é, se queremos 
estabilizar nossas economias, simplesmente temos que engolir a pílula amarga. Já segundo
 a visão dos trabalhadores, pensionistas e estudantes - aqueles que protestam nas ruas - as
 medidas de austeridade constituem uma nova tentativa do capital financeiro internacional
 de desmantelar o que resta do estado social.
De acordo com a primeira perspectiva, o Fundo Monetário Internacional aparece como 
um agente neutro da disciplina e da ordem; na segunda perspectiva, aparece como agente 
opressivo do capital global.[23]



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