A crise da dívida pública da Zona Euro é uma crise econômica iniciada na Grécia e que
se estendeu aos demais países da Europa desde 2010.
Historia
Tornou-se público que durante anos o governo grego assumiu profundas dívidas, gastando
descontroladamente, o que contrariava os acordos econômicos europeus. Quando chegou
acrise financeira global, o déficit orçamental subiu e os investidores exigiram taxas muito mais
altas para emprestar dinheiro à Grécia.
A crise começou com a difusão de rumores sobre o nível da dívida pública da Grécia e o risco
de suspensão de pagamentos pelo governo grego. A crise da dívida grega teria sido iniciada
no final de 2009, mas só se tornou pública em 2010. Resultou tanto da crise econômica mundial
orçamentário superior a 13% do PIB.
A situação foi agravada pela falta de transparência por parte do país na divulgação dos números
da sua dívida e do seu déficit. Segundo o economista Jean Pisani-Ferry, nos últimos dez anos
, a diferença média entre o déficit orçamentário real e a cifra notificada à Comissão europeia
Diante das sérias dificuldades econômicas da Grécia, a União Europeia adotou um plano
de ajuda , incluindo empréstimos e supervisão do Banco Central Europeu. O Conselho Europeu
também declarou que a UE realizaria uma operação de bailout do país, se fosse necessário.
levou-os a tomar medidas de austeridade.[6]
Segundo alguns analistas, em última instância, essa crise poderia significar rebaixamento das
dívidas de todos os países da Europa.[7] Os ataques especulativos à Grécia foram considerados
por alguns, inclusive pelo governo grego, como ataques à Zona Euro - através do seu elo mais
fraco, a Grécia.[8]
Todos os países da Zona Euro foram afetados pelo impacto que teve a crise sobre a moeda
comum europeia. Houve receios de que os problemas gregos nos mercados financeiros
internacionais despoletassem um efeito de contágio que fizesse tremer os países com
Espanhaque, tal como a Grécia, tiveram que tomar medidas para reajustar as suas contas.
A partir de março de 2010, a Zona Euro e o Fundo Monetário Internacional (FMI) debateram
conjuntamente um pacote de medidas destinadas a resgatar a economia grega, que foi
bloqueado durante semanas devido em particular a divergências entre a Alemanha, economia
líder da zona, e os outros países membros. Durante essas negociações e perante a
incapacidade da Zona Euro de chegar a um acordo, a desconfiança aumentou nos
mercados financeiros, enquanto o euro teve uma queda regular e as praças bolsistas
apresentavam fortes quedas.
Finalmente, em 2 de maio de 2010, a União Europeia (UE) e o FMI acordaram um plano de
resgate de 750 milhões de euros para evitar que a crise se estendesse por toda a Zona Euro.
A essa medida adicionou-se a criação, anunciada a 10 de maio, de um fundo de estabilização
coletivo para a Zona Euro. Ao mesmo tempo, todos os maiores países europeus tiveram que
adotar os seus próprios planos de ajuste das finanças publicas, inaugurando uma era de
A crise provocou nova discussão sobre a coordenação econômica e integração fiscal da
zona, sendo apontadas as faltas de um tesouro e de um orçamento consolidado da Zona Euro
Empréstimo à Grécia
um acordo, envolvendo empréstimos no valor de 110 bilhões de euros
ao país e condicionado à execução de um programa de ajuste estrutural
e a chanceler alemã Angela Merkel anunciaram que os 16 países da Zona
Euro iriam elaborar um plano de defesa da moeda europeia, até a abertura
dos mercados, no dia 10, para evitar novos ataques especulativos à moeda
europeia. A base jurídica para tal plano repousa no artigo 122-2 do tratado
europeu, que estipula que "quando um estado-membro experimentar dificuldades,
ou uma séria ameaça de graves dificuldades, em razão de catástrofes naturais
ou de acontecimentos excepcionais que escapem ao seu controle, o Conselho
, a partir de proposta da Comissão, pode conceder, sob certas condições, assistência
A chanceler Merkel ressaltou a determinação dos líderes europeus em blindar
o euro contra a especulação. Merkel disse também que os líderes europeus
estão indo além do plano de resgate para a Grécia, pois avaliam que "a estabilidade
da Zona do Euro como um todo ainda não está assegurada apenas com o
programa grego". Segundo ela, todos os membros da Zona do Euro devem "de forma
segura e rápida" reduzir seus déficits orçamentais. Merkel ressaltou a necessidade
de uma regulação mais forte para o mercado financeiro. Já o presidente Sarkozy
declarou que "o euro é um elemento essencial da Europa. Nós não podemos
deixá-lo na mão de especuladores".[14]
o empréstimo de 78 bilhões de euros a Portugal. O empréstimo será dividido igualmente
finanças português, Teixeira dos Santos, a taxa de juro média do empréstimo deverá
rondar os 5,1%.[16] Portugal torna-se assim no terceiro país da Zona Euro, após a Irlanda
e a Grécia, a receber apoio financeiro internacional para suplantar dificuldades financeiras.
Estima-se que entre 30.000 e 70.000 portugueses passaram a trabalhar nas ex-colônias
Ao longo do ano de 2010, foram feitos muitos protestos populares contra as medidas de
duas perspectivas acerca da crise. A visão dominante propõe uma naturalização despolitizada
da crise: medidas regulatórias são apresentadas não como decisões baseadas em escolhas
estabilizar nossas economias, simplesmente temos que engolir a pílula amarga. Já segundo
a visão dos trabalhadores, pensionistas e estudantes - aqueles que protestam nas ruas - as
medidas de austeridade constituem uma nova tentativa do capital financeiro internacional
de desmantelar o que resta do estado social.
De acordo com a primeira perspectiva, o Fundo Monetário Internacional aparece como
um agente neutro da disciplina e da ordem; na segunda perspectiva, aparece como agente
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