sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

O depoimento de Patricia



6a010535f2c8a4970c016760dbde76970b-800wi
Foto: Ariana Cubillos / AP


Por Armando Dupont

Patricia é uma colombiana de Medellín. Tem 35 anos e trabalha como jornalista. Este não é seu nome verdadeiro. Em sua conversa com oDiscovery Notícias, ela pediu para não revelar sua identidade por se tratar de uma pessoa pública.

Depois de dar à luz seu segundo filho, Patricia, caiu em depressão. Para elevar a auto-estima, decidiu colocar implantes mamários, apesar de sempre ter sentido aversão por cirurgias plásticas estéticas,  tão comuns entre as mulheres de sua cidade.

“Operei em 2005 depois da minha segunda gravidez (…), procurei um dos melhores médicos. Coloquei os implantes, e depois de seis anos, procurei um clínico geral. Ele me disse que um dos implantes havia se rompido. Eu sentia pontadas por dentro. (…) Fiz uma ecografia mamária e foi confirmada a ruptura”, detalha Patricia.

“Substitui a prótese no ano passado, todas nós as trocamos antes do escândalo. Foi uma reação em cadeia entre várias mulheres que tinhamimplantes PIP. Contei a uma vizinha que meu implante se rompeu, ela não acreditou e disse que ia verificar o dela. Ela fez o exame e seu implante estava rompido. Outra amiga fez a mesma coisa e a ruptura se repetiu. Foi impressionante”, recorda.

Patricia queixou-se com o cirurgião que a operou, que não cobrou pela retirada dos implantes PIP e inseriu as próteses novas. No entanto, ela teve que pagar pelas despesas do centro cirúrgico e pelos implantes novos, gastando cerca de 2.000 dólares.

Do alto de seus 35 anos e como mãe de família, ela reflete: “Medellín é uma das cidades da Colômbia mais afetadas pela vaidade. Agora os presentes de 15 anos para as meninas são próteses”, alerta, com preocupação. “A vaidade aqui em Medellín está devorando o nosso cérebro”, conclui.

Nenhum comentário: