Por Nic Halverson
Digamos que você seja um arqueólogo que escava artefatos maias nas selvas remotas de Chiapas, quando o apêndice de um de seus colegas supura. Você está a quilômetros do hospital mais próximo e não há tempo para uma remoção de emergência. Hora de esterilizar as facas que tiver à mão e realizar uma apendicectomia improvisada.
Mesmo o mais intrépido explorador pode fraquejar diante da tarefa, mas graças a este dispositivo, até o mais covarde já pode se gabar à mesa do jantar, recordando o dia em que salvou a vida de um Indiana Jones às margens de um riacho lamacento na selva mexicana.
O aparelho se chama Sistema de Cirurgia e Diagnóstico Médico Auxiliado por Computador (CAMDASS, na sigla em inglês). Foi criado pela Agência Espacial Europeia (ESA) para proporcionar aos astronautas conhecimentos médicos de emergência.
Em resumo, o CAMDASS fornece um tutorial passo a passo em realidade aumentada para a execução de um procedimento cirúrgico. Um visor instalado na cabeça sobrepõe imagens da “visão do cirurgião”, enquanto o sistema “registra” o corpo doente com uma série de marcadores.
Até agora, o protótipo foi usado apenas para realizar exames, uma prática comum na Estação Espacial Internacional (mas as apendicectomias na selva talvez não estejam tão longe). Para isso, a sonda do ultrassom é ligada ao CAMDASS e rastreada por uma câmera infravermelha. A peça instalada na cabeça do “cirurgião” é composta por um visor 3D de realidade aumentada, que fornece instruções sobre a manipulação da sonda. Imagens de ultrassom de referência também aparecem para o observador e podem ser controladas por comandos de voz.
Usuários que participaram de testes experimentais relataram que foram capazes de executar procedimentos complexos sem ajuda.
Nenhum comentário:
Postar um comentário