sábado, 15 de outubro de 2011

Steve Jobs e sua visão da Apple

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Crédito: AP Photo/Paul Sakuma
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Poucos executivos são pagos por serem a razão principal do sucesso de seu empregador: “a empresa, c'est moi!”.  Steve Jobs teve mais de um razão para fazer tal reivindicação – ainda assim, recebia um salário de US$ 1 desde 1997, quando retornou à empresa que ajudou a fundar em 1º de abril de 1976.
Assim era Jobs. E por isso chocou a todos quando renunciou ao cargo de CEO da Apple com uma declaração curta, dizendo que “não poderia mais cumprir com deveres e expectativas”. Jobs, que lutava contra um câncer no pâncreas desde 2004 e sofrera um transplante de fígado em 2010, passou o bastão ao então diretor operacional, Tim Cook, que já havia assumido a direção da Apple nas licenças médicas anteriores.
Vejamos como Jobs fez a diferença desde que voltou à companhia em 1997. Na época, a Apple vendia computadores caros e sem graça, com um sistema operacional ultrapassado que parecia incapaz de substituir.
Ao ser readmitido, Jobs ignorou a maioria dos conselhos e levou a empresa a uma extraordinária reinvenção. Três histórias talvez lancem alguma luz sobre seu desempenho como perfeccionista-chefe, apresentador-chefe e editor-chefe.
Em 2001, quando a Apple abriu suas lojas, Jobs foi a Washington para inaugurar o primeiro centro de compras em Tysons Corner. Em uma conversa curta, o CEO falou animadamente sobre o sofisticado sistema de aquecimento, ventilação e ar-condicionado da loja.
De fato, Jobs era um mago dos detalhes: o computador, seu software, a própria loja em que era comercializado e até o sistema de ar condicionado, tudo importava. Jobs via a Apple como uma obra de arte integrada.
Em 2005, a formatura de minha cunhada na Universidade de Stanford permitiu que eu assistisse ao discurso de Jobs. Em uma declaração sincera e emocionante, ele relatou que seus infortúnios – abandonar a universidade, ser demitido da Apple em 1985 e ser diagnosticado com câncer anos anes – o obrigaram a se reavaliar e a criar novas oportunidades.
Hoje, a Apple vive e prospera por meio dessa doutrina de reinvenção forçada. Um dos motivos eram as esperadas e incansavelmente ensaiadas apresentações de Jobs a cada novo produto. Poucos executivos, talvez nem Cook, se comparavam a ele nesse quesito.
Nos últimos anos, Jobs começou a responder a e-mails aleatoriamente, e suas respostas lacônicas inevitavelmente caíram na rede. Quando uma delas foi citada erroneamente, decidi mandar um e-mail a Jobs para perguntar se havia algum meio de provar a autoria daquela mensagem.
Jobs mandou uma resposta monossilábica: “Não”.
Essa réplica resume a abordagem de Jobs em relação ao design, algo que seus competidores muitas vezes não percebem: reduza tudo ao essencial.
Os valores de Jobs estão profundamente arraigados na Apple, e sua morte não deve ocasionar grandes mudanças. Um ex-funcionário da Apple certa vez relatou a ambição de um velho amigo na empresa: fazer algo suficientemente importante a ponto de fazer Steve gritar com ele. Esta é a empresa que a Apple se tornou.
Discurso de Steve Jobs realizado em 2005 na Universidade de Standford, em Palo Alto, Califórnia, EUA:








fonte:http://blogs.discoverybrasil.uol.com.br/noticias/atualidades/

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